O Menino a Toupeira a Raposa e o Cavalo
Toupeira: Olá.
Menino: Olá.
Toupeira: O que você está fazendo aqui?...
Menino: Eu tô perdido.
Toupeira: Puxa vida, isso não é nada bom. Diga, como você chegou aqui?... Olá!...
Menino: Olá para quem?
Toupeira: Olá para o bolo.
Menino: Mas que bolo?!
Toupeira: Aquele bolo, ele parece delicioso, espetacular, eu diria magnífico!
Menino: Eu não tô vendo bolo nenhum.
Toupeira: Haa, é uma árvore…
Menino: essa é uma linda árvore e parecia um pouco com um bolo.
Toupeira: Então, é isso aí, sem bolo e você está perdido.
Menino: Sim…
Toupeira: Uma velha toupeira, uma vez me disse: quando estiver perdido, siga o rio e ele o levará para casa.
Menino: Mas eu não tô vendo um rio…
Toupeira: Talvez consiga ver de cima do galho e se você vir um bolo enquanto estiver lá em cima…
Menino: Ai me desculpa. O menino derruba neve em cima da toupeira.
Toupeira: Eu que peço desculpas.
Menino: Você tá bem?
Toupeira: A culpa foi toda minha.
Menino: Eu sinto muito.
Toupeira: Obrigado, eu estava me sentindo meio quente, sabe.
Toupeira: O que você está vendo? Os dois estão em cima da árvore.
Menino: não tô vendo nada.
Toupeira: O que você quer ser quando crescer?
Menino: Gentil.
Toupeira: Nada supera a gentileza, ela está acima de todas as coisas na vida. É tanta beleza de que precisamos cuidar.
Menino: É, muita mesmo. você tá bem?...
Toupeira: Estou muito bem, só acho que precisamos começar a procurar logo o rio. Aí essa neve, essa colina é tão alta!
Menino: Ficou melhor? O menino põe a toupeira dentro do seu casaco.
Toupeira: Eu não quero dar muito trabalho.
Menino: Tá tudo bem.
Toupeira: Obrigado.
Menino: O que será que tem lá?...
Toupeira: O desconhecido; não tenha medo.
Menino: Olha, eu tô vendo um rio.
Toupeira: O que, espere, eu disse para não ter medo, mas também não precisa se jogar de cabeça, você entendeu?!...
Menino: Você tem um ditado favorito?...
Toupeira: Tenho.
Menino: E qual é?...
Toupeira: Se não conseguir de primeira, coma um bolo.
Menino: Entendi, e funciona?
Toupeira: Funciona sempre.
Menino: A velha toupeira disse para que lado devemos ir?
Toupeira: Eu não perguntei isso para ela.
Menino: He, não é estranho, só podemos ver o nosso lado de fora, quando quase tudo acontece do lado de dentro. Eu acho que tem alguma coisa ali, está escurecendo…
Toupeira: Então vamos.
Menino: Boa ideia.
Toupeira: Começaremos nossa jornada amanhã.
Menino: Imagina como seríamos se tivéssemos menos medo.
Toupeira: A maioria das velhas toupeiras que eu conheço gostaria de ter ouvido menos os seus medos e mais os seus sonhos. Com que você sonha?
Menino: Uma casa.
Toupeira: E como ela é?
Menino: Eu não sei, eu não tenho certeza, mas eu sei que eu preciso de uma.
Toupeira: Ho cuidado, ela parece faminta. Os dois vêm uma raposa.
Menino: É parece. Tá tudo bem, a raposa já foi. O que foi isso?
Toupeira: Eu não sei.
Menino: Será que tem alguém ferido?
Toupeira: Talvez.
Menino: Nós devemos ir lá ver.
Toupeira: Boa ideia, eu vou ficar aqui dentro para te manter aquecido.
Menino: Tá bom, obrigado. É a raposa! Ela está presa. A toupeira vai em direção a raposa.
Toupeira: Coragem.
Menino: Por favor, cuidado.
Toupeira: Eu não tenho medo, eu não tenho medo, eu não tenho medo!... Ela chega próximo da raposa e a ajuda.
Menino: Você se saiu muito bem.
Toupeira: A melhor liberdade que temos, é escolher como reagir às coisas.
Toupeira: Que linda amanhã. vamos continuaaah!!! A toupeira cai rolando pela colina.
Menino: Você tá rolando, parece uma bola de neve. Não, uma bola toupeira, uma toupeira de neve; para de rolar.
Menino: Oh não, o rio, cuidado! segura a minha mão. Oh não, a raposa! Não, não! O menino tenta alcançar a toupeira que caiu no rio.
Toupeira: Obrigado. A toupeira é salva pela raposa.
Menino: Obrigado. A raposa voltou será que ela vai acompanhar a gente?
Toupeira: Espero que sim.
Menino: Mas ela também tá perdida.
Toupeira: Eu acho que todo mundo se sente meio perdido às vezes, eu sei que eu me sinto. Eu sei como é uma casa.
Menino: Sabe?...
Toupeira: Sei, tem paredes, um telhado, um sino em cima da porta e bolos em todas as janelas.
Menino: Eu acho que isso é uma loja de bolos.
Toupeira: Ué, e não pode ser um tipo de casa?...
Menino: Não podemos morar em uma loja de bolos.
Toupeira: Ué, por que não?
Menino: Eu acho que uma casa é um lugar quentinho, com gentileza e luzes.
A história acima é um trecho do livro: O menino, a toupeira, a raposa e o cavalo, de Charlie Mackesy.
O livro narra uma história encantadora que explora temas como amizade, coragem, gentileza e a busca pelo lar. Veja alguns fatos interessantes sobre esta história.
1. A metáfora da casa: A conversa entre o Menino e a Toupeira sobre o que é uma casa é uma metáfora intrigante para a busca por um lugar onde nos sentimos verdadeiramente pertencentes e seguros na vida.
2. A importância da gentileza: A Toupeira enfatiza a importância da gentileza como algo que está acima de tudo na vida. Isso destaca como pequenos atos de bondade podem fazer uma grande diferença.
3. A jornada interior: A ideia de que a maioria das coisas acontece do lado de dentro, não apenas fisicamente, mas também emocionalmente, é uma reflexão profunda sobre como nossos pensamentos e sentimentos moldam nossa perspectiva.
4. A liberdade de escolha: A Toupeira menciona que a melhor liberdade que temos é escolher como reagir às coisas. Isso ressalta o poder que temos sobre nossas próprias respostas e atitudes.
5. A reaproximação com a natureza: A história envolve interações com a natureza, como o rio, a neve e a raposa, sugerindo a importância de reconectar-se com o mundo natural.
6. A presença da raposa: A presença da raposa na história pode simbolizar como até mesmo aqueles que parecem inicialmente ameaçadores podem se tornar amigos e aliados quando ajudados em momentos difíceis.
7. O tema da busca: A busca do menino por casa e segurança é uma jornada que muitos podem se relacionar, já que todos buscamos um lugar onde possamos nos sentir em paz.
Este livro é cheio de lições de vida e reflexões sobre o significado da amizade, da gentileza e da jornada pessoal. É uma história tocante que toca o coração de todos os leitores.
Fonte de Pesquisa: canal Palavras e Páginas.
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