Não se Deixe Enganar Pelas Aparências

 



Amar ao próximo significa ter compaixão, empatia e solidariedade, é um compromisso de olhar e considerar as necessidades e o bem estar das pessoas ao nosso redor. Então preste atenção nesta história que eu vou contar agora, pois nem tudo é o que parece ser. Em uma vila muito afastada, distante de qualquer cidade e com casas muito simples, viviam famílias que tiravam o seu sustento da terra. Apesar das dificuldades era possível viver naquele local graças a cooperação de todos os que ali viviam, não bastassem as dificuldades e a distância dos recursos da cidade a vila sofria com a constante falta de água.


Entre a nascente e a vila tinha uma trilha de difícil acesso, os moradores iam até a nascente sempre que o fluxo de água era interrompido. Uma vez ao mês isso ocorria e ninguém havia parado para ver que isso sempre ocorria em algum dia quando a lua estava na fase crescente. Ora, não bastasse a redução natural do fluxo da água devido à fase da lua, ainda havia essa interrupção; um habitante da vila resolveu se antecipar a esse fenômeno e ficou próximo à nascente para entender esse mistério.


Quando percebeu que um homem chegava ao local e movia com uma alavanca uma enorme pedra, interrompendo e mudando o fluxo da água. E enraivecido o habitante da cidade voltou e juntou um grupo para resolver o problema e afugentar aquele homem do local impedindo assim que ele trouxesse mais sofrimento para a vila. As pessoas muito raivosas, foram ao local, mas não encontraram o homem, ficaram de vigília e o homem não voltou, passaram-se semanas e a vigília continuava.



Ficaram esperando aquele homem, estabeleceram de volta o fluxo da água e continuaram vigilantes; passaram-se semanas e justo no início da lua crescente surgiu o homem. Os vigilantes aguardavam para ver o que ele faria e viram que ele andava como se carregasse um peso maior do que a imensa alavanca em suas mãos. Aquele homem forte, impressionava em seu porte, mas não daria conta de um grupo inteiro de homens raivosos.


O homem solitário caia de joelhos próximo a rocha e apalpava o chão como se procurasse algo por alguns minutos que duravam uma eternidade para aqueles que esperavam, então o esperado aconteceu e o homem se levantou como se fosse tomado por uma decisão, a decisão mais importante de sua vida. Pegou a enorme alavanca e forçou várias e várias vezes a pedra e parou o fluxo da água em direção à vila desviando para um outro local.


Os moradores revoltados, chegaram aos gritos, o homem surpreendido com aquele grupo, ficou parado; prenderam-no, amarraram-no e o levaram para a vila. A decisão do seu destino cabia agora ao ancião da vila. Ao chegar na vila, ele foi tratado de forma rude e o amarraram de forma que ele ficou de joelhos até a chegada do ancião. Aquele homem rugia de uma forma que assustava a todos, mesmo amarrado ele parecia estar possuído por uma força sobrenatural.




Como se nada mais importasse, quando o homem erudito chegou, todos ficaram em silêncio. Silêncio; os que xingavam, os que caçoavam, os que perturbavam atirando coisas no homem; mas os grunhidos do homem continuavam, o ancião com toda serenidade que a experiência de vida lhe permitia perguntou aos aldeões o que houve. Um dos homens falou que descobriram porque a vila sofria com a falta de água e que aquele homem os prejudicava, desviando o fluxo da água ao mover pedras para a nascente.


E daí nós viemos e o prendemos, por isso, agora o que faremos com ele? Perguntaram ao ancião, o sábio olhou com muita doçura para os seus vizinhos e perguntou-lhes: "por que ele fez isso"? O que ele disse em sua defesa? Surpresos com a pergunta e com a forma como foram perguntados, os vizinhos se entre olharam e tomados pela dúvida falaram: "Não lhe perguntamos nada, flagramos ele cometendo esse crime contra a aldeia e o prendemos".


O sábio andou em direção ao homem e esse parou de brunir; viram que ele não falava o seu idioma, o ancião pediu para solta-lo. O ancião riscou com um galho a areia e rabiscou o desenho da nascente. O homem pegou o galho e desenhou três figuras, uma maior e duas menores. Depois riscou duas figuras menores deitadas e caiu em pranto. Após se recuperar, riscou um círculo que parecia uma moeda e apontou para a figura da nascente, colocou suas mãos no peito e chorou desconsoladamente.



Nesse momento, ninguém dentre seus algozes, demonstrava mais ira, revolta, raiva ou até mesmo medo daquele enorme homem. O ancião entendeu que a família dele havia morrido e ele procurava algo muito importante para ele perto da nascente, embora não falasse o mesmo idioma, o homem sentiu-se acolhido e compreendido pelo velho sapiente. A aldeia reuniu-se e providenciou alimentos e um local para ele dormir, arrumaram-lhe roupas e cuidaram dos seus ferimentos, no dia seguinte foram todos até a nascente.


Seguindo a orientação daquilo que o ancião entendeu , começaram a procurar junto com o homem algo parecido com a moeda, como um colar, ou como uma jóia, algo nas proximidades da nascente. Cansados e quase sem esperanças, chegaram ao final do dia, já escurecendo, aquele homem com suas mãos feridas de tanto remover pedras e cascalhos, estava prestes a chorar.



Quando ouviram um grito, o que é isso? Era um colar antigo, daqueles que abrem e fecham e quando abrem há duas gravuras no metal. As gravuras mostravam a imagem de uma mulher e de uma criança, ambas gravadas no metal, o homem estava tomado por um misto de alegria e tristeza. O grupo entendeu que ele nunca quis fazer mal algum a aldeia, ele só queria encontrar uma lembrança da sua família já falecida. Esta história nos mostra que na vida, nem tudo é o que parece ser e esse é um fato com o qual nos deparamos muitas e muitas vezes na nossa vida e que se aplica a várias situações do nosso cotidiano.

Fonte de Pesquisa: canal bem estar espiritual.

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